Prof. Lobo Antunes explica o futuro da Medicina
“A medicina do futuro será personalizada”, anteviu ontem, no colégio D. Diogo de Sousa, o neurocirgião João Lobo Antunes.
Numa tertúlia que encerrou as Olimpíadas da Saúde, organizadas por este estabelecimento de ensino, o autor de ‘A Nova Medicina’ explicou que, cada vez mais, as terapêuticas têm em conta o perfil genético dos doentes.
Lobo Antunes perspectiva também uma medicina cada vez mais atenta às questões éticas, defendendo que os médicos nunca deverão afastar-se da “missão pastoral da medicina”, ou seja, de “tudo fazer pelo doente que lhe foi entregue”.
O cirurgião que opera 450 doentes por ano disse a dezenas de jovens que participaram nas Olimpíadas da Medicina que “quem não tem o gosto pelo seu
semelhante não tem o direito de ser médico”.
Numa comunicação que prendeu a atenção de alunos e professores, Lobo Antunes propôs a medicina narrativa como alternativa à medicina tecnológica.
“Temos de aprender a ouvir o doente, a despertar o interesse pela narrativa da doença”, disse.
O neurocirurgião apontou a internet como uma faca de dois gumes para os médicos. Se, por um lado facilita o acesso à imformação por parte de médicos e
doentes, por outro “está cheia de informação espúria e de propaganda”.
“Hoje, 90 por cento dos doentes vão à net antes de irem ao médico”, constatou.